quarta-feira, 19 de março de 2008

Com o meu pai...

...aprendi a gostar de Fado.

É um gosto que trago comigo há já muito tempo...mas até à data nunca lhe tinha dado espaço para se manifestar. Além de ser um tipo de música bem típico português, muitas das letras, músicas são o retrato de um povo que traz consigo a melancolia, a saudade, enfim, sentimentos que nos caracterizam. Mas somos únicos!

Carlos do Carmo, Alfredo Marceneiro, Camané, Mariza e, claro, Amália Rodrigues... Fado Experimental, Fado Menor são alguns dos nomes e vocábulos que associamos ao Fado.

Agora descubram a razão pela qual Mariza se tornou numa fadista tão especial e tão conhecida mundialmente...


Loucura





Sou do fado
Como sei
Vivo um poema cantado
De um fado que eu inventei

A falar
Não posso dar-me
Mas ponho a alma a cantar
E as almas sabem escutar-me

Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou

E se vocês
não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou

Esta voz
tão dolorida
É culpa de todos vós
Poetas da minha vida

É loucura,
ouço dizer
Mas bendita esta loucura
de cantar e de sofrer

Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou

E se vocês
não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou.


CHUVA




As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade .

Sem comentários: