segunda-feira, 5 de maio de 2008

Em Portugal ainda existem aventureiros

En Portugal todavía hay aventureros.






El pasado mes de Marzo tres portugueses de Guarda partieron hacia Argentina con el fin de recorrer cerca de 1000km de bicicleta.

El recorrido empezó en Chile (en el pueblo Chile-Chico) y terminó en Ushuaia, la tierra del fin del mundo (en suelo argentino).

En más o menos diecisiete días han recorrido Patagónia y la Tierra del Fuego. Una experiencia muy rica. Han visto muchos glaciares, muchos animales, paisajes bonitos y mucho más, todo eso con la ayuda de un vehículo.

El coraje de los aventureros de hoy es diferente al coraje de los aventureros de hace 600 años. Antes se descubrían tierras nunca vistas, ahora se descubren lugares mágicos.

Para visitar las imágenes del recorrido haga clic aquí:


http://guardabtt-na-patagonia.blogspot.com/



Aunque seamos un pueblo demasiado triste, melancólico, (se puede comprobar en el Fado), tenemos ganas de descubrir el mundo, hacer cosas muy diferentes, conocer otras culturas, aprender algo más. Además somos hospitalarios, hablamos algunos idiomas y tenemos lugares muy bonitos para visitar.


domingo, 4 de maio de 2008

Poema à mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Boa noite. Eu vou com as aves!

Eugénio de Andrade